Certa mulher, chamada Lídia, da
cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor
lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia. Depois de ser
batizada, ela e toda a sua casa, nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel
ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso. Atos 16:15
O último mandamento de Jesus, conforme registrado nos quatro evangelhos
e no livro de Atos, ordena que após a pregação do Evangelho os novos
convertidos deveriam ser batizados e discipulados. O batismo, então, é um rito
ordenado pelo próprio Senhor Jesus Cristo à sua igreja.
As
ordens dadas por Jesus à Igreja para serem repetidas através de rito de fé são
chamadas por diversos nomes de acordo com o ensino bíblico e presbiteriano. O
batismo e a Santa Ceia são chamados de Sacramentos, Meios de Graça e
Ordenanças. São sinais visíveis de graças invisíveis.
Cada
um destes termos tem um significado muito rico para nossa vida com Deus.
Sacramento vem do latim “Sacramentum” que era o juramento solene que o soldado
romano fazia de dar a sua vida pelo seu país e pelo seu general. Era um elo de
vida e morte, especialmente com o seu
comandante e seus colegas de armas. Desde muito cedo foi adotado pela igreja
cristã latina para representar a união com Cristo representada no batismo e a
continuidade desta comunhão através da Santa Ceia.
São
Meios de Graça porque, quando ministrados em obediência às
ordens de Cristo, representam perfeitamente a graça de Deus outorgada pela sua
bondade mediante a fé. Por isso são também chamados de símbolos do pacto da
Graça. A palavra símbolo, que vem do grego “Symbolos”, significa “algo visível
que carrega consigo algo invisível”. O símbolo (a água, o pão e o vinho)
demonstra, tipifica e representa o simbolizado, o pertencimento ao povo de
Deus, no caso do batismo, e a participação do corpo e do sangue de Jesus, no
caso da Ceia do Senhor.
São
ordenanças porque foram ordenados por Jesus para distinguir a sua igreja. É
interessante que os dois sacramentos da Nova Aliança substituem os dois
sacramentos da Antiga Aliança com o povo judeu. O rito de iniciação no judaísmo
é a circuncisão que é substituída pelo batismo com água. A continuidade do
pacto no Antigo Testamento era simbolizada pela celebração anual da páscoa
judaica com a morte do cordeiro.
Após
Jesus Cristo realizar o sacrifício perfeito no dia da última páscoa do Antigo
Testamento, ele instituiu a páscoa cristã, a Santa Ceia. A antiga páscoa
culminava com a morte do cordeiro e com o sangue sem vida, enquanto que a nova
páscoa celebra a ressurreição com pão e vinho que apontam para a vida nova com
Deus.
Por
isso, todos que fazem parte do povo de Deus devem receber os sinais do pacto de
Deus. O batismo significa que a pessoa batizada pertence ao povo da Nova
Aliança e a ceia simboliza que, diariamente, ele se alimenta de Cristo e sua
vida.
Batizamos
os adultos mediante a sua profissão de fé que significa que ele se arrependeu
de seus pecados e creu no Senhor Jesus. Ao contrário do que algumas igrejas
ensinam o batismo cristão não é sinal de arrependimento e sim de pertencimento.
É o sinal visível de pertencer ao povo de Deus! Era o batismo de João Batista
que significava arrependimento, pois era uma preparação para a vinda de Cristo,
mas não deve servir de parâmetro para o batismo cristão. Veja Atos 19:1-6 onde
Paulo fala claramente que o batismo de João era de arrependimento e que os seus
discípulos deveriam ser batizados no batismo de Cristo.
Batizamos
nossas crianças porque elas foram enviadas por Deus para uma família que tem
aliança com Deus! Se os pais não são batizados eles têm que fazer sua profissão
de fé primeiro para que seus filhos recebam os sinais externos da aliança,
começando pelo batismo.
Mas,
e se a criança não crer quando for grande? A promessa de Deus é fiel: Ensina
a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se
desviará dele. Pv. 22:6.
É
muito mais seguro batizar uma criança pois ao fazê-lo confiamos na Palavra de
Deus que diz que dos tais é o Reino dos Céus. Um adulto pode mentir ao
declarar sua fé, mas Deus não é homem para que minta! Se ele enviou uma
criança para crescer em um lar cristão é porque seu desejo é que ele seja criado como cristão dentro do
pacto. Quando adulto ele poderá confirmar a fé de seus pais e da igreja que o
consagraram ao Senhor em sua mais tenra idade.
Nem
o batismo, nem a Santa Ceia, nem o ser membro de uma igreja salvam. Quem salva
é o Senhor Jesus recebido pela fé que pode se manifestar plenamente no adulto
que a professa e gradativamente na criança. Quando esta é criada na fé e
ensinada na presença do Senhor será salva pela graça de Deus no tempo próprio
que só o Senhor conhece.
Batizar
um adulto é a manifestação de sua fé diante da Igreja. Batizar uma criança é a
manifestação da obediência dos pais e da igreja, pela fé, na Palavra da Deus.
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